sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

O Trem


Uma prece a quem passa, rosto ereto
Olhar reto, passo certo pela
vida, amém!
Uma prece, uma graça, ao dinheiro recebido,
Companheiro, velho amigo, amém!
Uma prece, um louvor ao esperto enganador
Pela espreita e a colheita, amém!
Eia! E vai o trem num sobe serra e desce serra, nessa terra
Vai carregado de esperança, amor, verdade e outros "ades"
Tantos males, pra onde vai?
Quem quer saber?
Sem memória e sem destino
Eu ergo o braço cego ao sol
De mundo de meu Deus só
Me reflito, o pé descalço, mão na lixa
A roupa rota, o sujo, o pó, o pó, o pó.
Morte ao gesto de uma fome
- é mentira!
Morte ao grito da injustiça
- é mentira!
Viva em vera igualdade: o valor.
Eia! E vai o trem num sobe serra e
desce serra, nessa terra
Vai carregado de esperança, amor,
verdade e outros "ades"
Tantos males, pra onde vai?
Quem quer saber?
Sob as luzes da cidade há cor alegre
Há festa e a vida ri sem fim
Nem meu dedo esticado traz um
pouco do gosto
Do doce mel pra mim, pra mim.
Viva o tempo sorridente que me abraça!
Viva o copo de aguardente que me abraça!
Morte ao trabalhador sem valor!
Eia! E vai o trem num sobe serra e desce serra, nessa terra
Vai carregado de esperança, amor, verdade e outros "ades"
Tantos males, pra onde vai?
Quem quer saber?
Uma prece, um pedido,
Um desejo já concedido a você na omissão, amém!
Uma prece, uma graça,
Pelo pranto sem espanto e a saudade consentido, amém!
Eia! E vai o trem num sobe serra e desce serra, nessa terra
Vai carregado de esperança, amor, verdade e outros "ades"
Tantos males, pra onde vai?
Quem quer saber?

Gonzaguinha

Caminhos novos...
Quase um um nome novo, outra data.
Hoje não masco chiclete e pinto a unha.
Não moro mais na mesma casa, nem no mesmo corpo.
Contexto outro, outros amigos e números.
Adivinha quem é? Não. não sou eu não. Sou outra!




Você e a noite escura

 Lobão

Às vezes eu me sinto um fantasma
Arrancando flores no jardim
À meia- noite
Penso em você e sigo despedaçando
Pétalas ao vento
Na tempestade
Pétalas vermelhas
Tô com saudade
De você, de você
E as ondas vêm me cobrir na noite escura
E as ondas vêm me cobrir na noite escura
Às vezes eu não sei se é a noite
Ou se é a vontade de te ter agora
Agora
Eu penso em você e sinto a tempestade
Desabar por dentro e por fora
Eu penso em você e sinto toda a vontade do mundo
De te ter agora, agora
Você
Agora





A sombra permeia meu estado lúdico,
meia luz em direção ao sol.
Tortuosas memorias boas,
lindas memorias...
Teu corpo ao relento, tua ebulição...
Saliva, coração acelerado, corpo quente,
olhos dilatados...
Como a seiva de tuas partes.
Encanto do silêncio,
Tântrico - Sagrado.
 Verdade entre as partes - entrega.
Saudade de ti.
Do clandestino, do profano, quase divino.
Te amo desde sempre.
Sem entender o quanto?
O quão significante me resume!
Tens meu respeito, minha paixão.
Agradeço a vida nova,
após minha morte.