sábado, 29 de janeiro de 2011


Minha pátria são palavras.
Coleção de idéias inanimadas.
Mensura que não faço só,
divido.
Unica talvez que me vê como inteiro.
Eis minha casa, meu colo.
Ventre que gera e pari.
Linguagem quase que grosseira,
tudo que me aproxima sem rodeios.
São Palavras....
Minha casa são linhas.
E delas construo até o que espero,
o que não aceito.
Cópula - Desejo que entra e sai, entra e sai.
Figura que simboliza o desvirginar de toda
a verdade e a contração que concentra a resposta.
Dúvidas?
Encontra-las sem medo é te-las respondido.
Lingua, musculo, 2 corpos e cachoeira.

Tesoura do Desejo Alceu Valença
Ele:
Você atravessando aquela rua vestida de negro
E eu te esperando em frente a um certo Bar Leblon
Você se aproximando e eu morrendo de medo
Ali, bem mesmo em frente a um certo Bar Leblon

Ela:
Quando eu atravessava aquela rua morria de medo
De ver o teu sorriso e começar um velho sonho bom
E o sonho, fatalmente, viraria pesadelo
Ali, bem mesmo em frente a um certo Bar Leblon


Ele: Vamos entrar
Ela: Não tenho tempo
Ele: O que é que houve?
Ela: O que é que há...
Ele: O que é que houve meu amor,
Você cortou os seus cabelos...
Ela: Foi a tesoura do desejo,
Desejo mesmo de mudar




Sagrada sejam as horas que o meu amor se tranforma em poesia,
Pesado pena de amar tanto
Cartilha que leio de ponta cabeça.
Nem amar quem me ama,
nem mesmo amar.
Do amor de fato somente os versos.
De tudo isso somente as noites que procuro.