sábado, 8 de outubro de 2011

Batalha de Orixá

Ojú Obá

É bonito de ver
È tanto prazer
Que seu canto me dá
Vou seguir sua luz
Sua força conduz
Afoxé Ojú Obá
Afoxé Ojú Obá
Salvador vai se acender
Sua estrela vai brilhar
Meu olhar resplandescer
Reluzente Ojú Obá
Ilumine o meu viver
Chegou, Xangô Aganjú Obá chegou
Foi povo de Zambi quem chamou
Eu quero ir com você
Chegou, Xangô Aganjú Obá chegou
Foi povo de Zambi quem chamou
Eu quero ir com você


Mãe Obá


Sagrada  terra  arquitetônica de consciência,
Justa mãe divina!
Abençoe estes pobres homem se perspectiva,
mostre de onde vem toda verdade do Conhecimento.
Teu elemento vida que rege,
Guia da terra, proterora natural.
Faça de mim parte.
Que nunca falte,que nunca estrague....


sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Viriato da Cuz

NAMORO

Mandei-lhe uma carta em papel perfumado
e com a letra bonita eu disse ela tinha
um sorrir luminoso tão quente e gaiato
como o sol de Novembro brincando de artista nas acácias floridas
espalhando diamantes na fímbria do mare dando calor ao sumo das mangas.
sua pele macia - era sumaúma...
Sua pele macia, da cor do jambo, cheirando a rosas
tão rijo e tão doce - como o maboque...
Seu seios laranjas - laranjas do Loge
seus dentes... - marfim...
Mandei-lhe uma carta
e ela disse que não.

Mandei-lhe um cartão
que o Maninjo tipografou:
"Por ti sofre o meu coração"
Num canto - SIM, noutro canto - NÃO
E ela o canto do NÃO dobrou.
Mandei-lhe um recado pela Zefa do Sete
pedindo rogando de joelhos no chão
pela Senhora do Cabo, pela Santa Ifigénia,
me desse a ventura do seu namoro...
E ela disse que não.
Levei à avó Chica, quimbanda de fama
a areia da marca que o seu pé deixou
para que fizesse um feitiço forte e seguro
que nela nascesse um amor como o meu...
E o feitiço falhou.
Esperei-a de tarde, à porta da fábrica,
ofertei-lhe um colar e um anel e um broche,
paguei-lhe doces na calçada da Missão,
ficamos num banco do largo da Estátua,
afaguei-lhe as mãos...
falei-lhe de amor... e ela disse que não.
Andei barbado, sujo, e descalço,
como um mona-ngamba.
Procuraram por mim
" - Não viu...(ai, não viu...?) Não viu Benjamim?"
E perdido me deram no morro da Samba.
E para me distrair
levaram-me ao baile do sô Januário
mas ela lá estava num canto a rir
contando o meu caso às moças mais lindas do Bairro Operário

Tocaram uma rumba dancei com ela
e num passo maluco voamos na sala
qual uma estrela riscando o céu!
E a malta gritou: "Aí Benjamim!"
Olhei-a nos olhos - sorriu para mim
pedi-lhe um beijo - e ela disse que sim.




Apicultor
Namoro (Samara Egle)


Enxame, som, zunido.
Escorre mel de seus lábios,
de palavras, toda espora...
Meu néctar flor de todo seu carinho.
Seja meu ombro tua verdade,
e meu colo seu divã.
Amor, amante, namorado
que entra pela porta da frente,
ascendendo as luzes de fora.
Aqui dentro nunca é noite.
Bem aventurado ser que me proteje
que rege em mim motivações.
Creio que ao fim da nossa caminhada,
caminharemos juntos, apoiando avançados,
como bengalas...
Vendo os novos se amarem como nós...