sexta-feira, 2 de abril de 2010

. Santo Expedito!

A vida me fez aprendera não ser infeliz
e isso já é uma forma de felicidade
Se o vento parar eu escuto o que o silêncio diz
Se a chuva apertar eu escuto a tempestade
Espero por aqui o tempo bom chegar
sem impedir, sem empurrar
Não deixo de lutar pelo que sempre quis
E quem não quer viver feliz?
Dizer que a minha vida é uma beleza
Beleza, o quê? Beleza, nada...É só que eu não me caso com a tristeza
Tristeza, não: prefiro a madrugada
Eu sou devoto de Santo Expedito
Quando ninguém crêeu acredito
Ninguém vai lá vereu vou!

Celso Viáfora



Vem, lá vem ele de Aruanda,
com suas penas e flechas...
Seu cocâ e suas folhas,
para a cura levar...
Pai da mata crua,
curandeiro...índio, Oxossi...
Tua terra, alimento...
Santo Expedito cuide de mim...
Indio feiticeiro...prosperidade enfim.

Samara Egle

quarta-feira, 31 de março de 2010

Alta Noite


Monet 1(1840 -1926) foi pintado em 1874, impressão,sol nascente



Composição: Arnaldo Antunes

Alta noite já se ia, ninguém na estrada andava

No caminho que ninguém caminha, alta noite já se ia


Ninguém com os pés na água


Nenhuma pessoa sozinha ia


Nenhuma pessoa vinha


Nem a manhãzinha, nem a madrugada


Nem a estrela-guia, nem a estrela d'alva


Alta noite já se ia, ninguém na estrada andava


No caminho que ninguém caminha, alta noite já se ia


Ninguém com os pés na água


Nenhuma pessoa sozinha ia


Nenhuma pessoa vinha


Nem a manhãzinha, nem a madrugada


Nem a estrela-guia, nem a estrela d'alva


Alta noite já se ia, ninguém na estrada andava


No caminho que ninguém caminha, alta noite já se ia

Vermelho

Vermelho
Vanessa da Mata
Gostar de ver você sorrir
Gastar das horas pra te ver dormir
Enquanto o mundo roda em vão
Eu tomo o tempo
O velho gasta solidão
Em meio aos pombos na Praça da Sé
O pôr do Sol invade o chão do apartamento
Vermelhos são seus beijos
Que meigos são seus olhos
Ver que tudo pode retroceder
Que aquele velho pode ser eu
No fundo da alma há solidão
E um frio que suplica um aconchego
Vermelhos são seus beijos
Quase que me queimam
Que meigo são seus olhos
Lânguida face
Seus beijos são vermelhos
Quase que me queimam
Que meigos são seus olhos
Lânguida face

terça-feira, 30 de março de 2010

Florbela Espanca


A Noite vem pousando devagar
Sobre a Terra,que inunda de amargura...
E nem sequer a bênção do luar
A quis tornar divinamente pura...
Ninguém vem atrás dela a acompanhar
A sua dor que é cheia de tortura...
E eu ouço a Noite imensa soluçar!
E eu ouço soluçar a Noite escura!
Por que és assim tão escura, assim tão triste?!
É que, talvez, ó Noite, em ti existe
Uma Saudade igual à que eu contenho!

Saudade que eu sei donde me vem...
Talvez de ti, ó Noite!... Ou de ninguém!...
Que eu nunca sei quem sou, nem o que tenho!!

segunda-feira, 29 de março de 2010

Coisas Da Vida

Milton Nascimento
Nunca é igual
Se for bem natural
Se for de coração
Além do bem e do mal
Coisas da vida
O amor enfim
Ficou senhor de mim
E eu fiquei assim
Calado, sem latim
Coisas da vida
Como foi que eu cheguei aqui
Quem me diria que esse era meu fim
Olho no teu olhar
A festa de estar
De bem com a vida
O luar girou
A sorte me pegou
TesouroTe encontrei sem garimpar
No ouro da paixão
Na febre da paixão
Que estão em mim
Ser o senhor e ser a presa
É um mistério, a maior beleza
Amor é dom da natureza
Amar é laço que não escraviza
Nunca é igual
Se for bem natural
Se for de coração
Além do bem e do mal
Coisas da vida. . .
O amor enfim ficou Senhor de mim
E eu fiquei assim,Calado sem latim
Coisas da vida
Como foi que eu chequei aqui
Quem me diria que esse era meu fim
Olho no seu olhar
Na festa de estar
De bem com a vida
O luar girou a sorte me pegou
Tesouro,Te encontrei sem garimpar
No ouro da paixão,
Na febre da paixão que estão em mim
Ser o que serve e é servido
Só o amor é tão bonito
Ser o que planta e sentar à mesa
Amor é dom da natureza
Água que limpa e mata a nossa sede
Sede de viverDe deixar viver
De fazer viver
E de ser feliz
Escrevo Liberdade pequinininho no canto do caderno da mh vida.Escrevo de lápis, gravando tímido e despercebido;Apagando e rebocando, com a sutileza de quem não acredita ou de quem espera esta bem devagar.Desenho em cima flores que brotam do chão que eu mesma colori,me sentindo confortada com á linguagem que eu mesma criei.Símbolos que dizem a mesma coisa em um curto espaço de tempo - a vontade latejante em meus pensamentos e meu corpo irraizado junto as flores......Diante de todos os planos esquematizados e definitivos, vejo minhas grandes idéias e filosofias contundentes;Só que também entendo mh pausa e deficiência em faze-lás.Arranco o papel de raiva!!!...Leio em lágrimas...Afogo minhas flores em qualquer cesto de lixo.E continuo sendo o que sou: Parte de todos, pedaços fraudulentos do vazio que ficou...Vejo que perdi mt tempo com vontades fúteis...e saio sem ter muito o que esperar de mim!

domingo, 28 de março de 2010

Corredores




Eu andei
Sorri
Chorei tanto
Não me arrependi
Ganhei e perdi
Fiz como pude
Lutei contra o amor
Quanto mais vencia, me achava um perdedor
Mais tarde me enganei e vi com outros olhos
Quando às vezes não amei a mim
Não por falta de amor
Mas amor demais
Me levando pra alguém
Quem visitou os corredores da minha alma
Soube dos enganos, secretos planos e até os traumas
Eu sempre fui muito só
Eu andei
Sorri
Chorei tanto
Fui quase feliz
Fiz tudo que quis
Fiz como pude
Desprezei meu ego
Dando esmolas a ele
Como se fosse um cego
Mais tarde me enfeitei, até pintei os olhos
Quando às vezes não amei a mim
Não por falta de amor
Mas amor demais
Me escapando pra alguém
Quem visitou os corredores da minha alma
Soube dos meus erros
E dos nós que fiz bem na linha da vida
Eu sempre fui muito só
Ana Carolina