sexta-feira, 12 de março de 2010

Para quem adoro...

A Maré Encheu
Geraldo Vandré

A maré encheu
A maré vazou
Os cabelos da Morena
O riacho carregou

Era tão bonito a gente amando
Hoje vou sozinho vou lembrando
Ela que partiu, partiu chorando
Eu não sei chorar, vivo cantando

A maré encheu
A maré vazou
Os cabelos da Morena
O riacho carregou

Vida sem amor não vele nada
Samba só se faz com batucada
Triste só tem vez de madrugada
Ou mais, meu amor com minha amada

A maré encheu
A maré vazou
Os cabelos da Morena
O riacho carregou
Sentei-me do lado da Discórdia.
Eu com palavras tímidas e desconfiadas falei pouco - Só falei o que me cabia.
Nesta sala tinha algo pouco visto aos meus olhos : DESEJO
Todos os desejos em frascos. De diversos tamanhas,cores...Na vitrola rolava Nelson Gonçalves (Queixas). Em uma casa que mais parecia um porão com relíquias de vontades tão distantes quanto á minha.Era tanto que me perdia no acúmulo de informações perdidas, mais isso era o menos importante, o interessante era a possibilidade de reproduzir os nossos silêncios em muros...
Depois disse á ela umas verdades intaladas, fazendo o que ela jámais faria.
Desenhei minha vida com a vida de todos e discuti os meus medos de pé.

NÃO admito que coloquem as minhas filósofias em fundamento...Minha dor não é triste simplesmente, ela resume uma parte vicéral e progressiva...
A Arte me salva de mim mesma. E escrever é sim base da base física da rocha...
A Música faz amor com a minha alma,acariciando o estado de coma da rigídez da vida, as plásticas para enaltecer a quem vomita as emoções sem escrúpulos,para quem digere apreciando a "vida" após uma gestação.
A arte casou comigo quando dela fiz sobrevivência...
Dos mistérios unipresentes, da elaboração gradativa dos alquinistas, dos pensamentos que geraram outros e de outros o esclarecimento.

Carta á minha querida amiga...



OLHA QUE CARA DE LOKAAA...



É negrinha,
Lembro do dia em que te reencontrei,que eu fui lhe convidar à dar aula comigo no Núcleo. No dia seguinte levei canson A3 e uma porrada de giz para você encontrar o que eu já havia visto "ARTE".Lhe sussurei bem baixinho talvés tenha sido por isso que não te toquei. Com o passar dos dias foram anos...Lembro dos dias em que ia cozinhar pra vocês ( que particularmente é algo que amoooo!!!), das canções que levei pra vc ouvir, um cd fudido da Nana Caymme...Só pra resgatar a amiguinha que brincava quando criança...
Tudo desmoronou...teus sonhos de sonhar do outro e o meu de resgata-la...
Mais uma vez a vida nos aproximou, desta vez em sombras de seu passado, mais fomos levando, vivendo...
Você tentando encontrar á si própria e eu tentando atar o que já havia descoberto de mim...
Derrepente do interesse de ambas, se solidificou com uma bela amizade.Amizade esta que já passou por coisas o suficiente para saber que sempre foi verdade.
Você cresceu como que RENASCE das Cinzas...
Criou identidade assumiu seu lado Pisciano com acendência em Escorpião, começou a estudar, a amar a vida e hoje é uma bixete da Pedagogia da USP.
AMIGA, AGORA EU QUERO VER ALGUÉM TE PEGAR!!!!

FILHA DA PUTAAA TE AMOOOOO!!!!

De Matilde á Lígia...

De repente um pensamento.
O silêncio....
Teu cheiro transbordando em minha pêle...AHÁAA...teu cheiro!
Mesmo que a redundância role como uma bola no campo, assim sem pena.
Mesmo assim fica díficil não pensar no amor de Neruda por Matilde, de Jobim por Lígia ou até mesmo do Tim por Jurema....
De Pissarro por Cezanné, de Frida por Rivera...do amor de Gandhi, de Sófia, Orfeu, Matisse pelas tintas...De Miró pela intensidade...
Do amor de Clarisse pela dor, pelo entender...
Lola
Chico Buarque

Sabia
Gosto de você chegar assim
Arrancando páginas dentro de mim
Desde o primeiro dia

Sabia
Me apagando filmes geniais
Rebobinando o século
Meus velhos carnavais
Minha melancolia

Sabia
Que você ia trazer seus instrumentos
E invadir minha cabeça
Onde um dia tocava uma orquestra
Pra companhia dançar

Sabia
Que ia acontecer você, um dia
E claro que já não me valeria nada
Tudo o que eu sabia
Um dia

Sinto...porém não muito!!!

..." Mas não faz mal
É tão normal ter desamor
É tão cafona sofrer dor
Que eu já nem sei.
Se é meninice ou cafonice o meu amor.

Se o quadradismo dos meus versos
Vai de encontro aos intelectos
Que não usam o coração como expressão"...


Qual é o problema!!?? Falar de amor não pode e nem deve ser demagogia!!!
O amor faz com que absolutamente tudo seja mágico, até procurar um emprego novo...kkk...
que não deixa de ser foda, mais tem lá seu toque de continuidade e de luta.
É a luta de se querer ter quem se quer de fato. Quem queremos de fato?
Alguém que veja o que você não vê, que lute por si e por todos, que canti canções de um passado promissor, que colete boas e más recordações, que conte histórias como faz seus pais, que planeje assitir um filme debaixo do cobertor comendo pipoca, que dance com vc na sala sem nenhuma música, só aquela que se canta ao dançar.
Aquela que não te deixa esquecer quem tu eis sem precisar emitir nenhum tipo de palavra, só aquelas clichê como : Amor, te amo!

Tem amores tão definitivos que se torna documento, que se torna verdade tão nossa quando de quem sentiu...



SERIA EU DOTADO DE TAMANHA PACIÊNCIA...
CROMOS...JA DIZIA MINHA MÃE: O TEMPO ANDA CONTRA, QUANTO MAIS SE QUER E SABE, MENOS TEMPO SE TEM, O TEMPO É ÁVIDO,É A COMPROVAÇÃO DA AÇÃO EMERGENTE DAS COISAS. QUERENDO OU NÃO ELE AGE...TEMPO É NASCIMENTO É MORTE, É O TEMPO QUE DEMORA, FAZ CRESCER,QUE PASSA SEM SE VER, PRA IDÉIA SE FORMAR, PRA CHUVA DILUIR, PARA O FRIO, PREGUIÇA...jUNTO VEM AS PRIMEIRAS PALAVRAS, SEGUNDAS, TERCEIRAS...VEM JUNTO AS ULTIMAS....
Deixo-vos com um magnífico poema de Frida oferecido postumamente a Diego:

“Poema”

na saliva.
no papel.
no eclipse.
em todas as linhas,
em todas as cores, em todos os jarros.
no meu peito.
Fora. Dentro.
No tinteiro. Nas dificuldades da escrita.
Na maravilha dos meus olhos – nas últimas
linhas do sol (o sol não tem linhas), em
Tudo (I). Dizer tudo é imbecil e magnífico.
O DIEGO na minha urina – o Diego na minha boca –
- no meu
Coração, na minha loucura, no meu sonho – no mata-borrão – na ponta da caneta –
Nos lápis – nas paisagens – na comida – no metal – na imaginação
Nas doenças – nas vitrinas – Nas lapelas dele – nos seus olhos – na sua boca.
Na sua mentira.



Frida Kahlo



" Só quem vive arte pode morrer por ela"

segunda-feira, 8 de março de 2010

Ausência

Se ela falasse gritaria...
Assim, até ecoar em todos os cantos, preencher toda esfera, nutrir todo o espaço.
Até descabelar todos os pêlos, abrir todos os poros e com um súbito suspiro você se arrepiasse.
Quem sabe assim se lembrasse,
quem sabe assim se comssumisse,
ou até chorasse...
A minha ausência como calo-me com a tua...

(26/01/2010)


GABRIELA...

CRAVO,CANELA...CHÁ
DAS CORES...SENSAÇÕES
DO GOSTO...O SABOR
DO CHÁ...O QUENTE...
MULHER...MÃE
MENINA...NINA...MINA
NA QUAL DO BRUTO VIRA OURO.
DO AMARGO, CHOCOLATE
DO CHORO...ALEGRIA
DA VERDADE...CLARIDADE...
DO AMOR
SÓ O AMOR.

Ao ler Clarisse...

"Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro."

Clarice Lispector


Quem nunca esteve em estados "Clarissiano", que se faz complicado, mais o legado é não entender.
Pela primeira vez não fiz o nome á pessoa...
Como se pudesse esquecer o que fatalmente representava.
Sim...um susto, meu coração se calou por segundos. Veio logo após o susto, um alívio ensurdecedor e um pouco de vaidade mediado á minha sutíl insegurança, afinal se tratava de um rompimento sem adeus.
Falei no começo com um tom de arrogância, destas que da vontade de abraçar e bater, depois fui amornando e assimilando que era mesmo a tua voz que eu ouvia...
Como sempre a vontade é tanta que não falamos nada, não resolvemos e do nada falamos tudo, sentimos tudo.
Desligamos o que nos ligava, pensando em tudo que foi dito e sonhando com tudo que pode ser...

Palavras...

Fundamento...
Significação vasta e vã...
Matématica discritiva e indulgente...Rejuvenesente...
Costrução, desencanto...certeza!