segunda-feira, 22 de março de 2010





Conversando No Bar




Composição: M.Nascimento/F. Brant



Lá vinha o
bonde no sobe-e-desce ladeira

E o motorneiro parava a
orquestra um minuto

Para me contar casos da campanha da
Itália

E do tiro que ele não levou
Levei um susto imenso nas asas da Panair
Descobri que as coisas mudam
E que tudo é pequeno nas asas da Panair
E lá vai
menino xingando padre e pedra

E lá vai menino lambendo
podre delícia

E lá vai menino senhor de todo o
fruto

Sem nenhum pecado, sem rancor
O
medo em minha vida nasceu muito depois

Descobri que minha
arma é

O que a memória guarda dos tempos da Panair
Nada de triste existe que não se esqueça
Alguém
insiste e fala ao coração

Tudo de triste existe e não se
esquece

Alguém insiste e fere no coração
Nada de novo existe neste planeta
Que não se
fale aqui na mesa do bar...

E aquela briga e aquela fome de
bola

E aquele tango e aquela dama da noite
E aquela mancha e a fala oculta
Que no fundo do
quintal morreu

Morria cada dia dos dias que eu
vivi

Cerveja que tomo hoje é
Apenas em
memória dos tempos da Panair

A primeira Coca-cola
foi

Me lembro bem agora, nas asas da Panair
A maior das maravilhas foi
Voando sobre o mundo
nas asas da Panair

Em volta dessa mesa velhos e
moços

Lembrando o que já foi
Em volta
dessa mesa existem outras

Falando tão igual
Em volta dessas mesas existe a rua
Vivendo seu
normal

Em volta dessa rua, uma cidade
Sonhando seus metais
Em volta da cidade...

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